Crónicas das viagens de Metro III

Crianças. 

Criaturas (hão-de reparar que eu gosto muito de utilizar esta palavra, sempre muito carinhosamente, óbvio) difíceis de controlar, educar e aturar. Imprevisíveis que só elas. 

Ora são capazes de se comportar como 'homenzinhos' ora se lembram de envergonhar as mamãs e os papás, quando se transformam em selvagens! 

Gosto muito de crianças, juro que sim. Bem longe do meu local de trabalho e bem juntinho dos paizinhos delas.

Sabem aquelas espécies de pilares que existem no início das carruagens para as pessoas se agarrarem? "Porque não utilizar aquilo como brinquedo?" pensam as criaturinhas. 

Quais trapezistas no circo, dois miúdos com 5-6 anitos vinham hoje a fazer macacadas... E as mamãs? Uma a limar as unhas (coitada, que em casa não deve ter tempo para fazer essas coisas) e a outra ao telefone com o que me pareceu ser amante (mas isto já é cusquice). Lógico que a brincadeira ia dar choro, estava-se mesmo a ver. Desde que me sentei e comecei a apreciar aquela cena pensei que um deles ia sair dali com um dentito ou outro partido. Acho que o mais gorduxo não partiu nada (coitadinho), mas bem que se podia ter magoado a sério... E aquela bendita mãe, impávida e serena, continuava a tagarelar ao telemóvel... Incrível. Não acho isto normal. Tudo bem que ele mereceu ter caído mas ainda assim...

E no meio disto tudo de quem é a culpa? Será que os pais não são capazes de educar os próprios filhos? Será que os miúdos de agora já nascem formatados para não lhes obedecerem? 

Para mim, educar passa muito por dar o exemplo. Os exemplos de hoje é que devem andar corrompidos.

[Os meus filhinhos vão ser santinhos, está-se mesmo a ver. Vão fazer sempre o que eu mando, só vão para onde eu disser. Sou mesmo crente nisto, não sou?]

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